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A ORIGEM

Futebol, política, religião, comportamento e atualidades são temas frequentes sempre que duas ou mais pessoas se encontram. Em fóruns especialistas ou em mesas de boteco, questões assim sempre geram controvérsias, e não há opiniões universais, muito menos verdade absoluta.
Parece ser, isto posto, tarefa ousada discorrer sobre tais, especialmente por meio de comunicação em massa e sem qualquer tipo de barreira. Seguindo premissas como respeito e liberdade de opinião, atrevo-me então a fazê-lo, com o objetivo de compartilhar dúvidas e pensamentos, opiniões e argumentos, suposições e aspirações.
PS.: o título “Lendas da Lagoa” é uma homenagem à minha cidade, a querida Lagoa Formosa-MG

CICLOS

A vida pode ser contraditória. A todo momento te induz a seguir ciclos. Um ciclo tem começo e fim: uns se abrem, outros se fecham; para que uns se iniciem, outros precisam ser encerrados... simples assim. Simples talvez, fácil nem tanto.
A natureza humana tem se mostrado bastante adaptativa ao meio, seja com relação ao clima e à geografia, seja referente à sentimentos, emoções e relações pessoais.
Ao contrário das evoluções físicas e fisiológicas, para as quais a biologia oferece respaldo, as adaptações afetivas e relacionais carecem de ponderações mais qualitativas e até subjetivas, para que sejam melhor compreendidos alguns sentimentos e comportamentos humanos.
Mesmo que não seja novidade que a vida é composta por ciclos, ainda não se tem consenso sobre teorias que traduzam o sentimento humano, bem como suas origens, quando enfrentam o fim de um ciclo. Na trajetória da vida humana, certamente seremos expostos a muitos, uns que se abrirão, e outros que precisaremos encerrar.
Alguns destes ciclos foram tratados nos textos FILHOS: A SOMA DAS PARTES É MAIOR QUE O TODO, especialmente sobre as relações que se criam e recriam na família com a chegada do bebê. Busquemos então outros mais.
Desde recém-nascido, o ser humano é confrontado com ciclos. Alguns dos mais precoces parecem ser aqueles que ligam mãe e filho, especialmente pela amamentação. O bebê em tenra idade precisa aprender a lidar com a ausência da mãe, mesmo que por breves períodos, gerando um provável turbilhão imaginário, uma verdadeira confusão de sentimentos, entre os momentos em que a mãe está presente e aqueles em que não está presente.
Pouco tempo depois, já na primeira infância, a criança começa a ser exposta a tomadas de decisão: desde o que comer, o que vestir, o que fazer… tudo pode ser encarado como ciclos que se encerram e outros que se abrem, especialmente relacionados a independência que se principia diante dos pais. Mesmo que pareça simples, o ato de confrontar a mãe e interpor, por exemplo, a escolha da roupa a ser usada, faz com que a criança encerre o ciclo da obediência plena e inicie outro de “enfrentamento” e de negociação com os pais.
A fase da adolescência parece ser um celeiro de ciclos e, também por isso, trata-se de uma fase turbulenta no desenvolvimento humano. Convívios na escola, necessidade de aceitação nos grupos sociais e até o início da puberdade oferecem aos adolescentes, a todo momento, mostras claras de início, vivência e términos de etapas: por ser a melhor amiga de Maria A, não se pode ser a melhor amiga de Maria B; para se mostrar independente aos colegas, é preciso renunciar à proteção aconchegante dos pais. Cada escolha, cada perda, cada frustração e cada conquista, mesmo que sutilmente, perpassam pela interação com os ciclos e podem definir a capacidade de enfretamento para situações futuras.
Na medida em que a idade aumenta, os ciclos parecem ganhar em complexidade. A opção por se casar pode ser um marco importante neste contexto, por materializar o início de uma nova e diferente etapa: a vida e o convívio conjugal. Nesta fase, muito pode ser aprendido com relação a ceder, a conceder, a abrir mão… estes aprendizados podem ser também importantes instrumentos para lidar com constantes mudanças na vida.
Ainda, não são raras as circunstâncias em que somos impelidos a encerrar ciclos repentinamente, por alguma intempérie ao longo da vida. Nestes casos, chega-se a vivenciar luto, mesmo que não haja morte. Mudanças de vida e do ritmo de vida podem ter causas como problemas de saúde ou questões financeiras. O que parece ser recorrente é que tais surpresas indesejadas dão novo norte a vida do indivíduo e dos que o cercam, gerando um repensar e, muitas vezes, um recomeçar diante dos ciclos que vinham sendo vivenciados. Pode ser um verdadeiro reinício do viver, mas sob um contexto totalmente diferente, uma nova perspectiva, um novo ciclo.
Enfim, a trajetória humana é realmente regida por ciclos: uns que se abrem, outros que se encerram. Isto posto, volte-se ao ponto da contradição: se a vida é feita por encerrar ciclos, porque alguns trazem tanto sofrimento, notadamente, a morte física? O destaque ao adjetivo física deve-se por não ser objetivo aqui tratar do pós morte, nem sob teorias científicas e nem religiosas.
Quando se fala da morte humana, não é difícil que se encontrem, em outras épocas ou em outras culturas, rituais de luto bastante diferentes dos que comumente presenciamos na sociedade brasileira atual. Pode não ser raro que comemorações, festas e alegrias acompanhem alguns cenários fúnebres. Tais considerações se fazem importantes para contemporizar sentimentos, à luz da realidade cultural e das convicções das gerações atuais.
No entanto, sentimentos de tristeza parecem imperar nos contextos de morte da sociedade de hoje. De onde pode vir a tristeza ligada a morte, se a morte é uma certeza comum a todos os homens? Algumas hipóteses podem oferecer um exercício ou até ensaios de respostas.
Como um processo natural, que tem início, meio e fim, parece justo que se revolte quando a morte parece ser precoce. A própria avaliação de quão precoce pode ter sido é subjetiva e seriam infrutíferos os raciocínios que buscassem fórmula para esta equação. O mais prudente talvez seja, por incapacidade racional, que se discorra sobre momentos menos disruptivos, ou que se aproximem mais do conceito de “natural”.
A tristeza ligada a morte pode vir do fato de não se ter mais acesso ou contato, não se poder mais tocar ou se fazer ouvir. Nestes casos, a morte física é a evidência fria e dura de que uma relação realmente se perdeu, mesmo que ela não tivesse sido regozijada adequadamente enquanto possível. Mesma que a perda já tenha acontecido na prática antes da morte, este momento pode materializar a dor da tristeza, possivelmente regada a doses de remorso.
A tristeza ligada a morte pode vir da frustração de expectativas geradas ao longo da vida. Parece natural que o ser humano seja regido também por expectativas. Neste sentido, a morte física pode findar todas elas que, mesmo que possíveis, vinham sendo postergadas até então e não puderam ser satisfeitas.
A tristeza pode ainda vir do fato de não poder mais se reparar um erro cometido, uma injustiça causada ou um exagero permitido. Pode não ser raro que os sentimentos beirem ao remorso, interpelando o período de luto e potencializando a tristeza. Pode ser ainda que a tristeza, nestes casos, demore mais a se transformar em saudade.
A tristeza pode vir do sentimento de desamparo que se instaura diante de algumas situações de luto. Por mais que a vida toda tenha sido uma lição de como se enfrentar o fim de ciclos, o sentimento inicial pode remeter a uma fragilidade irreal, a uma incapacidade momentânea de reação.
Muito se pode hipotetizar ainda, mas o intuito não seria fechar o pensamento ou dirimir o sentimento como que por mágica. Posto novamente que a vida é feita por ciclos e a morte é um ciclo inevitável, parecem razoáveis tentativas de conviver com o luto com a menor tristeza possível. Ainda, se é natural que se tenha começo, meio e fim, e que a morte não é uma opção, parece exercício válido e saudável fazer com que a vida não esteja focada na morte.
Não seria possível e nem pretendido mudar os sentimentos e atitudes diante do luto pela perda e nem concluir ou induzir para sugestões genéricas ou fantasiosas. No entanto, pode ser prudente crer que a morte não mereça mais atenção e energia dedicada do que a vida, pois o segredo pode estar no meio, e não no fim! Saudade sim, tristeza não.

FILHOS: a soma das partes é maior que o todo I

Pulemos as citações de que a decisão de ter filhos precisa ser muito bem pensada, analisada, revisada e, principalmente compartilhada. Esta é uma afirmação extremamente válida e é aqui reforçada, mas a pretensão vai além: é tentar traduzir alguns sentimentos e pensamentos que vão e vem, na medida em que a realidade se apresenta em cada momento desta grande mudança na vida do indivíduo e do casal.
Seguimos, como seres sociais que somos, as convenções da maioria. Deste modo, a trajetória mais esperada para a vida de um brasileiro, nada contra os que não a seguem, tem script definido: nascer, crescer, namorar, se casar (nos últimos anos, estas duas etapas estão cada vez mais próximas uma da outra), constituir família, ter filhos e ficar à espera de netos. Claro que a vida é bem mais complexa e bela, sendo este simplismo apenas para lançar foco nas cobranças sociais, que poderão influenciar nas tomadas de decisão na vida de cada um. Partindo-se do princípio cruel e irrefutável da existência de diversos preconceitos, quanto mais distante deste roteiro o ser social estiver, mais hábil deverá ser para se integrar satisfatoriamente aos grupos sociais.
Por assim dizer, as cobranças a que estamos sujeitos e as expectativas acerca de nós mesmos podem ser previsíveis ao longo de nossa vida. A cada etapa concluída, naturalmente, surge uma nova conquista esperada, como na sequência de perguntas: está namorando? Quando vão se casar? Pra quando é o bebê??? Quando a resposta para esta última for: já estamos tentando! – dá-se início a um novo ciclo, repleto de sentimentos e pensamentos intensos e inéditos.
Muitas teorias discorrem sobre a gravidez e sobre como se chegar a uma gravidez: período fértil, remédios contraceptivos, suplementos alimentares, pressão psicológica e, até posições sexuais mais propícias para a fecundação. Certamente há o que se aproveitar na maioria delas, mas estão longe de cravar uma receita certa e infalível, a não ser a constatação de que: só ganha na loteria, quem joga…
Quando faz a opção por ter filhos, cada casal parece estabelecer um período em que terão paciência e aguardarão naturalmente pelo resultado positivo. Um mês ou dois, um ano ou dois ou dez. Há casais que tentam por anos, enquanto outros terão apenas nove meses após esta decisão para todos os preparativos antes da chegada do bebê. Este período tende a ter um início tranquilo e normal, podendo ser estressante e frustrante com o passar do tempo e pode sofrer ainda interferências de algumas variáveis externas.
Durante esse tempo de espera, uma nova rotina mensal parece reger o relacionamento do casal: quando ter relações?  Como ter relações? E até: com que frequência devem ser as relações? Não é raro o calendário do casal passar a ter vinte e oito dias, tendo seu ápice no dia fértil da mulher, e terminando no início da menstruação, junto com as esperanças daquele mês.
Situações normais passam a ser desoladoras, como o olhar da esposa no banheiro, quando mensalmente percebe o final de um sonho devido ao início de um ciclo. Para o esposo presente e cúmplice, talvez este seja o momento de mostrar a que veio, transmitindo naturalidade e tranquilidade com o fato. Quando consegue, cumpre seu papel e segura as pontas. O desafio será segurá-las na recorrência, quando for ainda mais difícil ser seu próprio porto seguro.
Surge ainda um outro desafio para o casal, talvez mais áspero: não deixar que as relações sexuais, e até que a procura por elas passem a ser artificiais, simplesmente para cumprir tabela. Por mais extremista que possa soar, este pensamento parece perambular pelo imaginário dos parceiros, que passam a vigiar seus corpos e seus desejos, para que outro objetivo também possa ser atingido. Este é um ponto que pode trazer intempéries conjugais. Quando causa e consequência se apresentam em ordem invertida, os sentimentos do casal podem ser confundidos, ficando reféns de um objetivo direto e deixando em segundo plano ingredientes essenciais para que este mesmo objetivo seja alcançado, como carinho, amor e desejo.
Alguns assuntos e temas começam a figurar mais ativamente nas conversas conjugais. Sempre é reconfortante compartilhar a história ouvida no trabalho, de que um casal tentou por vários meses engravidar até que conseguiu. E foi feliz para sempre. Os números e datas de cada história ouvida parecem estar em sintonia com nossa própria realidade. Parte deve ser mera coincidência. Parte é o esforço que fazemos na busca de um alento, que poderá oferecer um alívio, uma identificação satisfatória, mesmo que por algum tempo.
MUITO AJUDA QUEM POUCO ATRAPALHA
Quando desejada, a gravidez passa a ser esperada e acompanhada por amigos e pelas famílias. Neste contexto, mesmo sem a menor intenção, as pessoas mais queridas podem fomentar um ambiente de muita ansiedade, insegurança e até frustrações.
Responder a perguntas como – E aí, quando vem o bebê? – sempre foi tarefa fácil e até esperada para casais com algum tempo de casamento. Alguns eventos até são citados a princípio, como pré-requisitos: comprar uma casa, trocar de carro, terminar a faculdade, conseguir uma promoção. Provavelmente, respostas assim já tenham sido dadas, principalmente para aqueles amigos ou parentes com quem se tem pouco contato. E sempre surgem sugestões e dicas infalíveis: mandingas, garrafadas, simpatias etc.
A coisa muda de figura quando a gravidez passa a ser prioridade e já se está a sua espera por algum tempo.  As reações a questionamento e sugestões sobre a gravidez passam a ser diferentes, como se tivessem um tempero de falta de paciência. Mesmo que pareça injustiça, fica cada vez mais difícil manter o bom humor e o repertório de respostas para as mesmas perguntas. Pode ser a primeira vez que aquela pessoa toca no assunto com você, mas com certeza você já respondeu a mesma pergunta a algum pouco tempo atrás.
Com o passar dos meses, fatores antes avaliados como despreocupantes podem merecer reavaliação. A idade dos parceiros, como não pode ser revertida, passa a ser um limitador. Geralmente a tomada de decisão para a gravidez leva em consideração este ponto, que pode vir a ser um catalisador do cenário, tornando-o mais brando ou mais arrojado.
A decisão por buscar ajuda especializada poderá ser mais acertada quando nasce de diálogos francos e sensatos, em que são analisados históricos, possibilidades reais e perspectivas. A decepção ao se descobrir alguma impossibilidade fértil poderá ser menos dolorosa quando houver conhecimento, maturidade e cumplicidade entre o casal. Os avanços tecnológicos dos tempos atuais permitem um diagnóstico fiel para a grande maioria dos casos de infertilidade e tratamento corretivo para porção significativa deles. Conhecer claramente o cenário atual, quais as possibilidades e perspectivas reais, podem diminuir a pressão e a cobrança.
Mesmo não havendo unanimidade ou receita infalível, um casal consciente, uma decisão compartilhada e esposo e esposa tranquilos parece ser um caminho mais curto para o crescimento da família. A ansiedade do casal, as cobranças sociais e a expectativa das famílias parecem ter relação inversamente proporcional ao contexto ideal para o anúncio da gravidez. Não são raros casos em que a gravidez aconteceu após início de algum tratamento ou até após a consolidação da ideia de adoção, para casos em que as perspectivas fisiológicas não eram também promissoras.

FILHOS: a soma das partes é maior que o todo II

Deixando de lado causas, razões e circunstâncias, o fato é: deu positivo… Enfim, grávidoS! O destaque no plural não é apenas para reforçar a necessidade de cumplicidade do casal, o que já acontece naturalmente em qualquer roda social que aborde o tema, mas para lançar mão de várias esferas a serem exploradas dentro desta nova realidade.
O frente a frente com o resultado positivo desencadeia reações em quem o lê, trazendo a realidade à tona e transformando os instantes seguintes sob um intenso vivenciar de emoções: da alegria e alívio ao medo e euforia, tudo parece acontecer em um universo paralelo e em outra atmosfera de tempo e espaço. Talvez uma das situações que melhor traduza “milhares de coisas se passaram na cabeça em apenas um segundo”. É sabido que tais reações são individuais e, em função disso, seria impossível generalizá-las ou criar padrões para elas. No entanto, o choro, tremor na fala, silêncio, ansiedade e batimentos cardíacos acelerados são comumente observados, sugerindo semelhanças nas emoções vividas por quem é afrontado por esta novidade.
Mantendo-se o foco nos casos em que esta notícia era esperada e desejada, divulgar a informação pode se tornar uma obrigação, assim que a erupção de emoções devolver lugar ao raciocínio lógico. Seria então fácil deduzir que, com o advento maciço do telefone celular, a procura por este aparelho seria imediata. O que pode não ser tão fácil é responder porque esta necessidade acomete a maioria. Compartilhar a alegria ou prestar conta aos familiares? Verbalizar um alívio ou buscar recompensas ao ego? Confronto de realidade ou autoafirmação social? Mais do que respostas, tais perguntas buscam um entendimento do próprio sentimento, muitas vezes conciliando o regozijo pelo dever cumprido em meio à incerteza do que vai ser.
Não seria possível, e nem é o objetivo, prescrever receita sobre como lidar com o que está acontecendo e com o que está prestes a começar a acontecer… e para o resto da vida. Porém, como o resto da vida é um tempo indefinido, pode-se partir do fato de que alguma coisa, necessariamente, vai mudar. Por mais que não haja até aqui nenhuma novidade em conceitos, falar pode ser mais fácil do que fazer, do que vivenciar. Não é raro a ansiedade promover ações atropeladas, e até precipitadas, como escolher nomes, pensar em padrinhos, definir critérios para a criação e educação da cria. Os planos e planejamentos relutam ainda em pairar sob a sombra de muitas dúvidas, incertezas e até de dados frios e informações estatísticas. Como o tempo passa a ser contado por semanas, o primeiro desafio pode ser conter-se durante as doze primeiras, período em que os diagnósticos de sucesso na gestação aumentam significativamente. Se antes o calendário do casal tinha vinte e oito dias, agora passa a ser regido por apenas sete, a cada quais se completa mais uma unidade conquistada, diante das quase quarenta e duas que passam a ser objetivo.
Os sentimentos vão e vem com uma frequência e variação muito maiores do que antes. É como se o mundo estivesse com um pano de fundo inédito, ou talvez um que estivesse sempre lá, mas nunca observado com riqueza nos detalhes. A elucidação da realidade propriamente dita parece estar diretamente proporcional a estabilização e ordenação dos sentimentos. Ao que tudo indica, unindo-se teoria e prática, parece ser a materialização da maturidade, como se uma capacidade em lidar com o que está acontecendo fosse sendo percebida e reconhecida. No entanto, verdadeiras crises existenciais e muitas reviravoltas no pensamento podem ser recorrentes, como se testassem e validassem a solidez desta tal maturidade. É talvez um preço válido pelo exercício da angústia e até da agonia, que poderiam trazer prejuízo maior se aparecessem futuramente do nada e em uma realidade menos propícia a instabilidades.
Maturidade e serenidade parecem indissociáveis por agora, pois ações e reações do casal podem se confundir e não serem raros pequenos desentendimentos. Excesso de protecionismo dele, sensibilidade a flor da pele dela e atenção exagerada das famílias podem agir como fagulhas em meio a um palheiro. Como catalisador, ainda existe um provável destempero de emoções em ambos, ora retraído ou contido, mas certamente latente e pulsante. Diante disto, certamente a busca e a atribuição de responsabilidades tenderiam a protelar a harmonia, pois seria uma tentativa de culpar sem haver culpados, nessa troca de percepções nem sempre totalmente lúcidas.
Situações antes normalmente vivenciadas podem ter desdobramentos intensos e consequências prolongadas. Muitas teorias buscam explicações, que vão da fé aos hormônios e passam pelos dogmas sociais, para alterações no comportamento e nas percepções de comportamento entre os cônjuges. Fato irrefutável parece ser o surgimento de um esboço de novos papéis sociais. Não seria radical, por mais que possa parecer, pensar que não há mais a esposa mulher, e sim a mãe, e que não há mais o marido, e sim o progenitor. Blindar as relações conjugais, das sociais às mais íntimas, pode requerer mais energias do que ceder e se moldar, pacientemente, ao novo arquétipo que se inicia. Analisar estas entrelinhas, desvencilhar-se de objetivos egoístas e se predispor para o novo são habilidades a serem demandas no dia a dia, como se preparando uma dupla societária para receber um terceiro e majoritário acionista.
São novos personagens familiares que despontam e deverão batalhar coexistência, por mais turbulento que possa ser o amadurecimento e todo esse desenrolar até a estabilidade. Até aqui, na gestação, tal processo parece ter início e construir alicerces sobre os quais uma nova estrutura deverá ser edificada e precisará ser evoluída. Como se assistindo a um longa-metragem de final já conhecido, mas em que não é possível pular nenhuma das cenas.
Uma das ousadias, dada a intensidade da questão, seria diferenciar e propor papéis entre homem e mulher. Qualquer sugestão de comportamento esperado poderia ser encarada como preconceituosa, chegando ao paradoxo de poder ser machista e feminista ao mesmo tempo. É o fascínio das possibilidades e dos pontos de vista. Assim dito, talvez o mais assertivo seja resumir e dar espaço a interpretações variadas e independentes: a mulher espera ser protegida e o homem deseja ser cuidado.
Vale retomar foco na necessidade de cumplicidade do casal. Todas as experiências no período de gestação, apesar de fazerem parte de um aprendizado provavelmente essencial, podem oferecer obstáculos e situações de difícil assimilação. Mesmo partindo-se da inexistência de verdades absolutas, a importância da unidade do casal pode ser matematicamente constatada: se é sólida os problemas se dividem, mas se não é, podem se multiplicar de forma exponencial.

FILHOS: a soma das partes é maior que o todo III

Parece não ser por acaso a existência de um período gestacional relativamente longo para a espécie humana.  Nove meses podem ser longos demais ou, de maneira oposta, extremamente curtos. Para casais estáveis e preparados, esse tempo pode ter sido uma eternidade. Do contrário, caso as experiências vividas não tenham sido suficientes para consolidarem essa nova realidade, a expressão mais comum pode ser: “parece que foi ontem que descobrimos”.  O fato é que este tempo existiu e, tendo sido suficiente ou não para todos os amadurecimentos necessários, não voltará mais. Os ajustes ainda faltantes deverão acontecer empiricamente, sabendo-se dos possíveis desgastes do método tentativa e erro. Uma sensação não rara pode ser a insegurança, mesmo que todo o script tenha sido seguido até aqui. Treino é treino e jogo é jogo. Não há ensaios senão experiências anteriores, caso tenham existido. Talvez, nem nos casos em que existiram, estas experiências possam evitar sensações e emoções inéditas, notadamente mais frequentes "nos debutantes". Prontos ou não, é chegada a hora!
Delegando-se à medicina os devidos acompanhamentos clínicos e procedimentos médicos e, utilizando-nos de casos sem maiores turbulências, partamos para experiências e sentimentos pós-parto. As primeiras emoções parecem buscar equilíbrio em meio aos sentimentos de insegurança e ansiedade que ainda teimam em perdurar. Diferentes focos merecem atenção: a confirmação do bem-estar da mãe, a obrigação de comunicação on-line aos familiares e amigos, o aparente deslocamento do pai e, naturalmente, a imperativa curiosidade pelo filho. Curiosidade parece ser realmente um adjetivo sensato para a mistura de sentimentos e emoções confusas que, na prática, surgem em turbilhão do mundo das ideias.
Por vivermos em comunidade, não seria prudente negarmos que influências são recebidas e exercidas ao longo dos anos. Seguimos, com maior ou menor aderência, regras tácitas de convivência, relacionamento e comportamento. Algo como se fôssemos expostos a gabaritos sociais, aos quais podemos ser flagrados validando nosso dia a dia e gerenciando a satisfação ou a autopenitencia pelo resultado conferido. No entanto, as primeiras vivências parecem compor um período de experiência, no qual erros e acertos são conhecidos, mas não produzem maiores consequências.
Mesmo que seja herdado um conhecimento social mandatório, que provavelmente tenha definido desde estrutura familiar ideal à sentimentos esperados, nem tudo pode estar tão claro e definido. A delimitação de territórios e até de papéis parece estar mais estruturada na concepção e decoração do quarto do bebê do que em qualquer outro âmbito no novo convívio a três. Por mais que tenha sido previsto um período de acomodação, os primeiros momentos podem remeter a uma inquietação, beirando a incerteza, com relação às coisas estarem realmente dentro da normalidade. Provavelmente os momentos de alegria sejam maioria, mas a falta de respostas para algumas situações parece trazer desconforto e ansiedade. O tempo pode ser o catalisador deste processo.
A repetição tende a levar ao aperfeiçoamento. Quando se fala de sentimentos, vivenciar situações repetidas vezes pode proporcionar mais sabedoria para lidar com as mais complicadas. Impreciso dizer se devido a um amadurecimento ou a um comodismo, pois ambas as possibilidades parecem reduzir o estresse e a tensão, fazendo com que haja mais tranquilidade nestes enfrentamentos.
Uma questão que merece ser lembrada, até com maior relevância, é a frustração que pode acometer o casal. Sinceramente parece ser uma expressão bastante forte e, caso não haja maturidade e discernimento bem evoluídos, pode ser vista como absurda ou até, em extremo, como heresia. Uma nuvem de incertezas parece dar lugar a uma busca pelo que ainda não se conhece, mas já se esperava. Talvez a confusão tenha sido originada pela expectativa gerada, pois não seria possível prever todas as reações e sentimentos de algo tão novo e tão diferente. Tarefa difícil também seria tentar descrever o que acontece, em uma narrativa simples com começo, meio e fim.  Sendo ousado, pode-se dizer que uma frustração parece vir da ausência de sinergia, sintonia e harmonia na nova família.
Há um estranho entre nós. Novamente parece ser uma afirmação absurda que, se isenta de julgamentos e juízos de valor, pode fazer algum sentido, afinal é literalmente uma convivência social que se inicia. Uma autocobrança pode imperar no casal de primeira viagem, especialmente na mãe, que deve ter sido ensinada que os sentimentos e afeições para com o filho são inatos. É fato que devemos ser, como seres sociais, ensinados a amar e a cuidar dos filhos em quaisquer condições. O objetivo não é jogar tal lição por terra, mas entender seus preceitos e seus desdobramentos.
Naturalmente, desde que seja voluntária e consciente, a decisão por se ter filho é tomada pelo casal com plena convicção de que a alegria e a satisfação deverão se suceder, mesmo se consideradas as dificuldades e intempéries que também seriam consequentes. Mantendo-se o foco nas emoções e sentimentos iniciais, os primeiros momentos após o nascimento do filho podem ser mais complexos do que se esperava. Além de lidar com a chegada de alguém com total dependência, o casal convive ainda com alguns pensamentos recorrentes que parecem buscar luz diante da realidade e insistem em confundir seus sentimentos. A pergunta: “eu não deveria amá-lo desenfreadamente e, em consequência, estar radiante e feliz?” pode, de maneira fria e racional, resumir este conflito. Sem despender tempo em julgar valores ou razões, mantenhamos o foco nos sentimentos que, por serem sentimentos, não são racionais.
Novamente parecem sobrar efeitos das expectativas geradas. Não é objetivo questionar o sentimento inato, pois a própria decisão pela gravidez seria prova de sua existência. Inclusive na esfera social é sabida e amplamente divulgada a imperiosa obrigação deste amor. O fato é que são questões não palpáveis e, como seres racionais, somos também regidos pelo literal, pelo real, pelo inquestionável. A busca por vestígios substanciais de sentimentos em relação ao filho acaba impedindo de se perceber o momento com a serenidade e a sutileza necessárias. Como humanos, dúvidas e medos perpassam também pelos pensamentos dos pais, sendo precipitada qualquer cobrança pela sua exatidão.
Todo novo convívio social passa por períodos clássicos, como: primeiras impressões, reconhecimento de semelhanças e diferenças, simpatias, antipatias, afinidades ou repúdio individual ou do grupo. O que não parece ser tolerável é que estas etapas façam parte também da chegada do filho. A harmonia entre pais e filho já não deveria estar presente antes mesmo de sua chegada? A mãe já não deveria entender plenamente o filho e assim conter seus momentos de aparente desespero diante de seu novo mundo? Por que não é sentido em plenitude o tão falado amor incondicional, capaz de cegar ações e reações, garantindo entrega total ao filho? Por mais que seja uma relação carnal e que deve durar por toda a vida, a chegada do filho pode passar por assimilações sociais e até acomodações de papéis. Novamente sendo ousado, poder-se-ia sugerir que inata é somente a obrigação inquestionável de amar e cuidar do filho, advinda de forte convívio em sociedade, que nos imputa verdades transcendentais. Pelo menos raciocínio, concluir-se-ia que o amor ganha força com o convívio em si, com as experiências e com as relações que se iniciam.
Então, em exercício racional, pode-se elaborar que a opção por se ter filho é uma troca (in)consciente de rotinas conhecidas do casal por situações apenas imagináveis e incertas. Por mais que a troca neste caso seja consciente, essa expressão parece remeter a uma situação fria e desprovida de sentimentos, o que não é o caso. Portanto, só se aplica porquê de fato acontece um abrir mão de algo conhecido por uma nova vida que, mesmo sendo imprevisível, acredita-se que as recompensas sejam consequências líquidas e certas.
Não se sabe por onde começar, mas parece ser preciso buscar respostas prontas. A ansiedade pode agravar o cenário, por trazer um tempero acelerado de desconforto e angústia. Mesmo que não se saiba exatamente as origens destes sentimentos e as raízes de seus conflitos, eles podem ser suficientes para desequilibrarem os primeiros dias da nova família. Por mais que as respostas possam existir, admitir que as primeiras relações com o filho podem não ser tão harmoniosas não é simples, mas talvez seja um exercício válido para evitar frustrações ou sentimento de culpa desnecessariamente, entendendo todo o processo como uma maturidade adquirida e aprimorada pela prática. Esse discernimento precisa acontecer para que não seja mal interpretada essa momentânea acomodação de papéis e sentimentos que, naturalmente, dará origem a relações sólidas, intensas e certamente satisfatórias.

FILHOS: a soma das partes é maior que o todo IV

Nada melhor do que o tempo para que a nova rotina seja assimilada e uma estabilidade comece a imperar. É bem verdade que esta estabilidade vem sendo edificada em um contexto de plena mudança, ou seja, pode-se dizer ser uma estabilidade adaptativa, na medida em que as experiências com o filho se apresentam ao casal. Novamente aqui (assim como pareceu acontecer na décima segunda semana de gestação), o número doze parece refletir uma passagem de etapas, em que as vivências com o filho parecerão ser mais significativas após seu primeiro ano.
Pode-se dizer que foi aprendida uma segurança ao longo deste tempo, capaz de gerenciar melhor ansiedades e cadenciar tomadas de decisão. Parte importante desta segurança talvez tenha vindo da falta de ações ou medidas a serem tomadas frente a certas situações, como em algumas pequenas intervenções médicas comuns a esta idade: de cólicas intestinais a infecções de ouvido. Podem não ser raras as oportunidades em que vem à tona sentimentos de impotência, em que nada efetivo parece ser cabível de ação, a não ser esperar o efeito do medicamento ou uma recuperação do organismo. Certamente o choro ouvido nas madrugadas pode gerar aflições, mas também devem propiciar um amadurecimento nos sentimentos, fortalecendo uma base emocional que poderá ser indispensável no transcorrer dos próximos anos.
O início de uma interação ativa do filho com os pais de primeira viagem parece recompensar (com juros) todos os monólogos vividos nos primeiros meses. Uma mistura de alegria com sentimento de dever cumprido, regado a muito orgulho, parece ser a melhor definição para esta etapa. As interações também facilitam muito processos antigos bem mais complexos, como o ato de alimentar, sanar a dor ou até acalmar algum medo. Esta fase também é a prova de que a linguagem verbal não é necessária, a não ser por um balbuciar de expressões cheias de sentido: é possível entender e ser entendido sem falarmos a mesma língua.
Noites mais bem dormidas, passeios mais demorados e, ao que tudo indica, uma nova rotina de fato se instaura. É bem verdade que os destinos de passeios são mais estudados e bem direcionados para as necessidades do menor, mas o sentimento de liberdade e autonomia ressurge, junto a uma responsabilidade de cuidar diferente, mas prazerosa.
A energia despendida ao filho diminui, há de redirecioná-la para recuperar velhos e bons hábitos ou investir em vivências duradouras da nova rotina. Parece ser, e é bom que seja, uma nova justaposição de foco voltada ao casal: afinal, esta entidade foi posta à prova num turbilhão de transformações e agora parece navegar por águas mais calmas. Mesmo que mais calmas, as águas pelas quais navega o casal, há de se destacar o casal de namorados, estão longe de rotineiras. Uma nova relação esteve em construção por todo esse tempo e, mesmo sem ter feito barulho ou poeira, refez caminhos, abriu muitas portas e parece ter edificado novas barreiras.
Além do tempo, muita coisa se passou. O que era não é mais e o que se esperava pode ter que ser reinventado. A gestação foi (e sempre será) um período bastante fértil para se planejar o futuro, transitando entre o mundo ideal e manter os pés no chão. Muitos planos parecem ter se concretizado e, mesmo que com adaptações, o realizado também parece ter superado o planejado. Não é raro que as avaliações do recente passado perpassem mais frequentemente por episódios de boas lembranças. O pensamento é seletivo e sempre trabalha para trazer o prazer, o que não significa que situações turbulentas não tenham gerado legado ou não ressurjam ao consciente. No entanto, as experiências adjacentes a convivência pai – filho – mãe, parecem sucumbir, ou simplesmente darem espaço ao que parece ser um novo sentido de valor: a relação pais e filhos. Neste contexto, diferenças e divergências dão lugar ao consenso e a tomadas de decisão mais maduras e imparciais.

TRANSFORMAÇÃO DIGITAL: É de comer ou pra passar no cabelo? - Introdução

Um dos termos mais comuns no ambiente empresarial tem sido a tal da Transformação Digital. Caberiam muitas discussões acerca do tema sob a ótica da empresa: o momento de se dar início, qual departamento é responsável, de onde virá o orçamento e quais seus impactos no portfólio. No entanto, esse tema tem trazido mais inquietude para os indivíduos do que para as corporações, que pode ser extremada em “mas que diabos isso tem a ver comigo?”

A relação empresa x indivíduo mudou muito nos últimos anos e, para entendermos melhor como se insere a transformação digital nesse contexto, vale resgatarmos algumas dessas mudanças:

TEMPO DE CASA: são cada vez mais raros os funcionários que se aposentam em um único emprego, ou até, que passam mais de uma década na mesma empresa. A avaliação não é de certo ou errado ou de melhor ou pior... mas do quanto estamos conectados à este novo mercado digital, que sofre forte influência das redes sociais e profissionais. A internet tem tido, sem dúvidas, grande impacto nessa revolução. Você, por exemplo, sabe qual o seu valor para o mercado de trabalho? Hoje é possível termos essa resposta com meia dúzia de cliques em nosso próprio smartphone.

RELAÇÃO COM A LIDERANÇA: existem milhares de artigos, livros, aulas e palestras que discorrem sobre modelos de liderança, como ser líder, como lidar com seu líder, gerações X, Y e Z e por ai vai. O fato é que, nos tempos atuais, há cada vez menos espaço para abusos, unilateralidades e assédios. As relações de proximidade e confiança chegaram pra ficar e não devem, em nenhuma hipótese, serem confundidas com protecionismo, “puxa-saquismo” ou coisas do tipo. Tanto líder como liderado estão inseridos em um cenário muito mais flexível e dinâmico, mas não menos profissional e cada vez mais eficiente. Isso tudo, necessariamente, tem trazido mais delegação e autonomia, para quem estiver preparado para lidar com isso. A internet, de carona nos famigerados avanços tecnológicos, tem criado uma proximidade virtual que pode ser, se bem entendida e utilizada para o bem, potencializadora das relações de trabalho. A fofoca perderá espaço, pois será engolida pela velocidade e veracidade dos fatos.

TREINAMENTO: várias pesquisas apontam para um declínio vertiginoso nos valores investidos pelas empresas em capacitação e desenvolvimento dos seus colaboradores. E não há porque não ser assim! Há um arsenal crescente de conteúdos disponíveis digitalmente, gratuitamente e de forma extremamente acessível a quem se interessar. O profissional que insistir em transferir a sua formação para as empresas, vai ser atropelado pelos profissionais digitais. Às empresas caberão as formações específicas e ligadas ao seu negócio, cada vez menos relevantes para sua performance.

AMBIENTE E ROTINAS DE TRABALHO: salas, mesas, departamentos, ambientes físicos, austeridade visual não ditam mais hierarquia e influenciam menos no dia a dia. Interdisciplinaridade e versatilidade fazem toda diferença na nova concepção de grupos de trabalho. Os squads têm se mostrado eficientes na missão de otimizar recursos, potencializar conhecimentos e cascatear informações para toda a organização. Nesse cenário, o colaborador terá o peso de seu conhecimento e experiências valendo ouro! Trabalhar sozinho será um evento tão isolado quanto era esta atividade no passado.

VISÃO DO TODO: Charlie Chaplin, em Tempos Modernos, ainda é atual para exemplificar aqui. O colaborador que se limitar a “entregar o seu”, sem se preocupar em onde e como isso se encaixa, estará perdendo seu valor meteoricamente. A pluralidade, o dinamismo e a proatividade serão palavras de ordem mais cedo do que se espera. Visão holística, análise crítica e capacidade de priorização serão commodities ainda nesta geração de trabalho. A quantidade já perdeu espaço para a qualidade e para o valor agregado. Cuidar do seu quintal é tão essencial como saber, respeitosamente, como vai a lavoura do vizinho e qual foi o lucro do dono da fazenda.

TRANSFORMAÇÃO DIGITAL tem a ver com isso e muito mais! Tem a ver com a forma com que pensamos, analisamos, agimos e interagimos. Não tem a ver com certo ou errado, nem com quando e nem com como. Tem a ver com quem vai ficar por dentro e quem vai ficar por fora. Tem mais a ver com prática do que com teoria, tem mais a ver com o indivíduo do que com a empresa, tem mais a ver com você do que com seu colega de trabalho, tem a ver com atitude! E é tudo pra ontem e com a melhor qualidade possível. E, por si só, não há nenhum problema nisso!