Um dos termos mais comuns no ambiente empresarial tem sido a tal da Transformação Digital. Caberiam muitas discussões acerca do tema sob a ótica da empresa: o momento de se dar início, qual departamento é responsável, de onde virá o orçamento e quais seus impactos no portfólio. No entanto, esse tema tem trazido mais inquietude para os indivíduos do que para as corporações, que pode ser extremada em “mas que diabos isso tem a ver comigo?”
A relação empresa x indivíduo mudou muito nos últimos anos e, para entendermos melhor como se insere a transformação digital nesse contexto, vale resgatarmos algumas dessas mudanças:
TEMPO DE CASA: são cada vez mais raros os funcionários que se aposentam em um único emprego, ou até, que passam mais de uma década na mesma empresa. A avaliação não é de certo ou errado ou de melhor ou pior... mas do quanto estamos conectados à este novo mercado digital, que sofre forte influência das redes sociais e profissionais. A internet tem tido, sem dúvidas, grande impacto nessa revolução. Você, por exemplo, sabe qual o seu valor para o mercado de trabalho? Hoje é possível termos essa resposta com meia dúzia de cliques em nosso próprio smartphone.
RELAÇÃO COM A LIDERANÇA: existem milhares de artigos, livros, aulas e palestras que discorrem sobre modelos de liderança, como ser líder, como lidar com seu líder, gerações X, Y e Z e por ai vai. O fato é que, nos tempos atuais, há cada vez menos espaço para abusos, unilateralidades e assédios. As relações de proximidade e confiança chegaram pra ficar e não devem, em nenhuma hipótese, serem confundidas com protecionismo, “puxa-saquismo” ou coisas do tipo. Tanto líder como liderado estão inseridos em um cenário muito mais flexível e dinâmico, mas não menos profissional e cada vez mais eficiente. Isso tudo, necessariamente, tem trazido mais delegação e autonomia, para quem estiver preparado para lidar com isso. A internet, de carona nos famigerados avanços tecnológicos, tem criado uma proximidade virtual que pode ser, se bem entendida e utilizada para o bem, potencializadora das relações de trabalho. A fofoca perderá espaço, pois será engolida pela velocidade e veracidade dos fatos.
TREINAMENTO: várias pesquisas apontam para um declínio vertiginoso nos valores investidos pelas empresas em capacitação e desenvolvimento dos seus colaboradores. E não há porque não ser assim! Há um arsenal crescente de conteúdos disponíveis digitalmente, gratuitamente e de forma extremamente acessível a quem se interessar. O profissional que insistir em transferir a sua formação para as empresas, vai ser atropelado pelos profissionais digitais. Às empresas caberão as formações específicas e ligadas ao seu negócio, cada vez menos relevantes para sua performance.
AMBIENTE E ROTINAS DE TRABALHO: salas, mesas, departamentos, ambientes físicos, austeridade visual não ditam mais hierarquia e influenciam menos no dia a dia. Interdisciplinaridade e versatilidade fazem toda diferença na nova concepção de grupos de trabalho. Os squads têm se mostrado eficientes na missão de otimizar recursos, potencializar conhecimentos e cascatear informações para toda a organização. Nesse cenário, o colaborador terá o peso de seu conhecimento e experiências valendo ouro! Trabalhar sozinho será um evento tão isolado quanto era esta atividade no passado.
VISÃO DO TODO: Charlie Chaplin, em Tempos Modernos, ainda é atual para exemplificar aqui. O colaborador que se limitar a “entregar o seu”, sem se preocupar em onde e como isso se encaixa, estará perdendo seu valor meteoricamente. A pluralidade, o dinamismo e a proatividade serão palavras de ordem mais cedo do que se espera. Visão holística, análise crítica e capacidade de priorização serão commodities ainda nesta geração de trabalho. A quantidade já perdeu espaço para a qualidade e para o valor agregado. Cuidar do seu quintal é tão essencial como saber, respeitosamente, como vai a lavoura do vizinho e qual foi o lucro do dono da fazenda.
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL tem a ver com isso e muito mais! Tem a ver com a forma com que pensamos, analisamos, agimos e interagimos. Não tem a ver com certo ou errado, nem com quando e nem com como. Tem a ver com quem vai ficar por dentro e quem vai ficar por fora. Tem mais a ver com prática do que com teoria, tem mais a ver com o indivíduo do que com a empresa, tem mais a ver com você do que com seu colega de trabalho, tem a ver com atitude! E é tudo pra ontem e com a melhor qualidade possível. E, por si só, não há nenhum problema nisso!
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